27 de maio de 2009

Amor Flamejante (4º episódio)


As crianças começam a levar aquela história muito a sério, começam a acreditar que aquelas personagens têm vida e que existem ou existiram na realidade. Será que têm razão? Será possível existirem dragões na actualidade? Depressa tiraram essa ideia disparatada da cabeça.
Chegou a noite e como sempre o velho esperava-os, até ele parecia ansioso por continuar. Mal tinham acabado de se sentar e o velho já começava a contar:






Joseph apercebeu-se de que algo não estava certo. Estava a gritar pelos seus colegas e eles não respondiam. A floresta estava muito silenciosa e calma, como se estivesse á espera de algo. Joseph ouviu um barulho por entre os ramos e decidiu esconder-se em cima de uma árvore bastante alta. Não era nenhum monstro, era o Onon, mas vinha diferente, tinha os olhos vermelhos cor de sangue e trazia a espada levantada, como preparado para a batalha. Joseph percebeu logo que ele tinha sido enfeitiçado, e muito provavelmente os outros seus amigos. A única pergunta era: “Quem os teria enfeitiçado?” A resposta era simples, aquela maléfica mulher que se transformava em dragão. Ele tinha de fazer algo, mas não sabia o quê. Foi então que se lembrou de uma aula que tinha tido, uma aula de história, em que a velha e muito triste professora contava aos alunos que havia uma lenda acerca existir um demónio que tinha o poder de se transformar em dragão e que a única maneira de o fazer desaparecer é confronta-lo, mas sem espada nem luta, confronta-lo com o facto de ele não ter poder sobre vocês. Se isso acontecer ele desaparecerá.


Joseph, esperando que a professora tivesse razão, aparece á frente do dragão. O dragão fica impressionado por ele não trazer com ele nenhuma espada. Joseph simplesmente grita: “- Não tens controlo sobre mim!”. O dragão furioso começa a perder os cornos, as garras transformam-se em unhas, a cauda desaparece, as assas transformam-se num cabelo loiro, e por fim tinha-se transformado numa bela mulher. Começou a aproximar-se, e disse a Joseph que não seria capaz de resistir aos encantos de tão bela mulher. Joseph fazia uma força, como nunca tinha feito antes numa batalha. A floresta tinha-se escurecido, como se soubesse o que iria acontecer, como prevendo a morte. E quando ia desistir, deixar-se morrer de tristeza, surge aquele olhar que tanto ele tinha procurado, era como um raio de sol escuro que o iluminava e lhe dava forças, montes de força. Quando o dragão se apercebeu de que ia perder, explode. E desaparece para sempre. Devido á explosão e ao gasto de toda a sua energia, Joseph desmaia.


Quando finalmente abre os olhos parece-lhe ver os olhos escuros que o tinham salvado daquele demónio, mas quando esfrega os seus olhos, já não vê aquele olhar, mas sim o de sua irmã. Joseph já não estava na floresta, estava agora em casa, deitado na sua cama com a irmã a cuidar dele. Foram os seus amigos, que depois da explosão voltaram ao normal, e o levaram para ali. E ali ficaria durante duas semanas, até poder voltar às aventuras.






Foi assim que o avô acabou a história, dizendo que isto era o fim. As crianças não acreditaram, pois queriam saber dos olhos escuros, do Joseph, do Onon, da Guima, da Isabel, da Catarina e do Ventura. Queriam saber mais, tinha que haver mais. O avô sorriu e disse: “Têm razão este não é o fim para Joseph.” Assim as crianças puderam ir dormir, sabendo que no dia a seguir haveria mais uma aventura de Joseph.

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