14 de setembro de 2009

Amor Flamejante (13º episódio)



Quando a lareira já aquecia a cara as duas crianças e ao velho, ele começou:
Joseph passava os dias a trabalhar com uma condessa que era irmã de sua mãe. E passava as noites ou sonhando com Maria, ou acordado a ver as estrelas, ou mesmo simplesmente dormindo (o que era muito raro, pois Joseph era da opinião que dormir era a coisa mais inútil que existia pois tirava imenso tempo de vida). Nas noites que ficava acordado a olhar pela janela, vendo por vezes a lua e as estrelas, Joseph pensava na sua vida como o ponto de partida de um labirinto, pois encontrava várias hipóteses de caminho, e por vezes encontrava caminhos sem saída. E era nessas noites que Joseph imaginava o que aconteceria se escolhesse um determinado caminho, que consequência teria, se seria um beco… Foi também numa dessas noites que escolheu um caminho errado…
Na maioria das histórias os pormenores é que dão uma certa graça, mas como esta história não é comum, nem previsível (pelo menos espero eu e Joseph), não os irei contar nesta parte.
As duas crianças pensaram em pedir ao avô que contasse, mas acharam melhor não, pois ele não deveria querer contar.
Mas o essencial que tem de saber é que o caminho que Joseph escolheu, levou-o a saber que Maria estava apaixonada por outra pessoa. Esta descoberta fez com que Joseph começasse a correr loucamente no labirinto, sem pensar se o caminho em que estava entrar seria bom. Isto levou a mais um beco sem saída que se desmoronou sobre ele, Joseph admitiu a Maria, algo que nem nos seus sonhos admitia, admitiu que a amava. Quando Joseph o fez podia acontecer duas coisas: ou os muros do labirinto desapareciam e Joseph conseguiria chegar á saída que o levaria directamente ao coração dela, ou (mais provável) os muros cairiam sobre ele, o labirinto desapareceria juntamente com a saída. Como podem facilmente imaginar foi a segunda hipótese que sucedeu.
Enquanto da boca do velho iam saindo estas palavras, dos olhos das crianças iam saindo lágrimas que só no chão paravam. O velho parou, depois sorriu (forçadamente) e continuou:
Depois do sucedido Joseph podia ter baixado os braços e deixar-se ficar debaixo dos destroços, mas em vez disse começou a levantar um a um os muros do labirinto, cada um que levantava mais ele sofria, até que já com todos erguidos, a porta voltou a aparecer, muito mais longe do que estava antes. Mas o importante é que estava lá. Joseph sabia que já não conseguiria sair do labirinto como príncipe, mas esperava sair com fiel escudeiro.
O velho depois de ter acabado a história fez um pequeno comentário: E se Joseph não se chamasse assim, se isto não tivesse acontecido na idade média, se tudo isto fosse uma metáfora para algo, se Maria nunca tivesse pensado o que vos contei, se tudo isto fosse verdade, que acham que o Joseph, que não se chamaria Joseph, sentiria? As duas crianças com um olhar muito sério responderam: Triste! O velho sorriu e disse: Não. Sentir-se-ia o homem mais feliz de todos, por ter tido o privilégio de ter vivido (ou imaginado) história tão bonita, que……. Ainda não acabou.

1 comentário:

Marta disse...

FA-BU-LO-SO