12 de dezembro de 2009

Amor???




A folha que nunca foi virada. O livro que nunca foi aberto. A frase que nunca foi lida. A palavra que tão poucas vezes é dita: Amor
Tudo começa com um breve pensamento que passa como uma brisa leve, que acaricia a cara e as mãos, mas que depois parte. Mas poucos segundos depois surge um forte tornado de ideias que nos eleva bem alto no ar. Quando aterramos já não somos quem antes éramos, já não nos encontramos no mesmo lugar, já não estamos sós. Depois agarro-me a uma amarrotada e suja folha. E assim surgem os meus pensamentos que são em tudo sentimentos, que nunca saíram pela boca, sempre preferiam sair pelos dedos. Logo de seguida uma longa pausa, em que os pensamentos param, deixo-me inundar pelo que vem do coração, os sentimentos que são únicos. Respiro fundo…. E continuo. Já perto da conclusão de mais uma série de ideias, os dedos começam a abrandar, o coração volta a bater devagar e assim concluo com um pequeno e doce ponto final.
Love, amour, liefde, Liebe, αγάπη, amore, ou simplesmente amor. Tantas palavras e apenas um sentimento. Que é difícil de entender e aceitar. Uns procuram auxílio num dicionário, outros em filósofos, eu… simplesmente não o entendo. E não quero entender. Apenas sei que gosto de o sentir dentro de mim, tanto faz que seja pela minha mãe, por um amigo, por uma colega, por alguém especial, ou mesmo por uma doce criança que se cruze por mim na rua. Para quê entender algo tão mágico?
Existem tantas e tantas palavras no mundo. Já se perguntaram porque motivo 4 letras combinadas criam tal efeito nas pessoas? A resposta é fácil! Porque todos sabemos o que é amor, mesmo não sabendo explicar, mesmo nunca o tendo vivido, todos sabemos que é algo único e mágico. Algo que vale a pena querer! A Catarina perguntou-me se sabia o que era amar/gostar. Eu na altura respondi-lhe que sim e argumentei de tal maneira que ela ficou convencida. A verdade é que não sei. Sei o que é um amor platónico, sei o que é adorar alguém, sei o que é desejar alguém. Agora amar? Não! Sei que já amei, mas não sei o que é.
E assim acabou-se de ler a folha nunca virada, o livro está completamente aberto, as frases já todas foram ditas, a palavra também já te disse. Só falta perguntar: Ensinas-me a amar?




(fotografia: Joana Marta)

7 comentários:

Raquel disse...

adorei :x opa, escreves como ninguém fofo :) gosto imenso de tii! e joaninha, as fotos estão optimas *.*
combinação perfeita meus amores <3

Maria Ferreira disse...

:O valter man, adorei. um dos melhores que já li. brutal mesmo. consegues deixar-me a pensar e acima de tudo deixas-me encantada :)
és o meu poeta :p adoro-te

Anónimo disse...

Sem dúvida que escreves como ninguém, obrigada por teres estado sempre aqui.
Tens sempre aquela palavra amiga que todos gostam de ouvir e tens a capacidade de ver as coisas de uma forma muito positiva, quando na maioria das vezes não o são.
Gosto muito de ti.
Beijinho,
Nata*

MaRta disse...

Como já te tinha dito adorei. Adoro o ínicio e o fim, está lindo (o meio também lol). Não percebo porque é que a joana não gosta de mostrar as fotos dela...são lindas...temos de refilar com ela!
Beijinhos

Anónimo disse...

Irrita-me escrever...porque o que pensei ao ler o texto nunca pode ser transmitido por palavras. Acho sempre que quando escrevo as palavras perdem força, perdem significado.
Mas pronto,mesmo assim continuo a escrever...
Amor...tema tão vulgar, tantas vezes já falado mas sobre o qual podemos sempre continuar a falar..
Não sei bem o que dizer sobre ele..Também não sei o que é...Não o vejo como uma coisa concreta nem o tento definir...para mim é uma coisa uma bocado abstrata e que pode permutar. Mas acho que nunca se perde. Acho que o amor fica sempre, ou pelo menos um vestigio dele...porque as coisas importantes não se perdem...ficam sempre guardadas num cantinho dentro de nós. Porque o amor ( acho que com a amizade se passa o mesmo) muda uma pessoa, deixamos de ser quem eramos porque alguém novo entrou na nossa vida e passou a fazer parte dela.

Xana disse...

Valter estás aprovadíssimo, textos dignos de um verdadeiro escritos, comoveste-me :/
Beijinho
PS: Depois ofereces-me o teu livro :P

Sofia Pinto disse...

fiquei parva com a profundidade com que abordas-te algo que não é facil de abordar tendo em conta a complexidade de todas as suas vertentes