1 de janeiro de 2009

Trilho


São tantas as vezes que temos de escolher um caminho, muitas vezes arrependemo-nos amargamente, outras vezes duvidamos, mas não é por isso que paramos de andar.
Caminhamos neste trilho sem fim, pelo menos, pensamos ou queremos pensar que não tem fim. Este trilho tem buracos dos quais temos de nos desviar, tem rasteiras, e muitas armadilhas. Mas também tem paisagens lindas e momentos dos quais nunca esqueceremos.
Enquanto caminhamos, tudo vai ficando para trás, por vezes, queremos voltar atrás, mas neste trilho não o podemos fazer, simplesmente podemos olhar. Muitas das pessoas que caminham neste trilho passam demasiado tempo a olhar para trás, tanto tempo que quando aparece um buraco caem. Há aqueles que não querem caminhar, desejam correr, desejam saber como vai ser o resto do trilho, mas isso também não é possível. Os que o fazem ficam tão cegos com o que o trilho poderá trazer que não se lembram do que o trilho trouxe.
Durante esta viagem tantas são as pessoas que passam por nós. Umas caminham a nosso lado, nem que seja por pouco tempo. Outras simplesmente passam por nós, nem nos lembramos delas. Existem umas que se colocam á nossa frente e outras que nos empurram. Mas todas elas caminham. Umas numa direcção, outras noutra. Umas passam por cima dos obstáculos, outras caem neles.
Também eu caminho no meu trilho, sou daquelas pessoas, ainda não mencionadas, que nem olha para trás, nem quer ver o que lá vem, simplesmente aproveita o que está a passar e as pessoas que a acompanham. Porque sempre que caio num buraco está lá alguém para me dar a mão e ajudar-me a levantar.
E quando finalmente chegar ao fim deste trilho, irei olhar para trás pela primeira vez, e verei que fui um sortudo por ter percorrido este trilho com tanta gente boa que sempre lá esteve para quando eu caia e para quando eu estava feliz. A este trilho dá-se o nome de VIDA.

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