4 de agosto de 2009

Amor Flamejante (7º episódio)

Desde a última noite as pequenas crianças não têm pensado em nada que não tivesse relacionado com aquela história tão real e fantasiosa. O relógio de cuco cantou e os pequenos correram como loucos para o avô. O velho nem perguntou nada, simplesmente começou:
Joseph tinha passado as últimas noites ou acordado, ou a sonhar. O coitado nem acreditava que ela tivesse ido com ele, “Como é possível?”. Mal ele sabia o que é possível neste mundo. Cada dia que passava mais ansioso Joseph estava. Foi tentar desabafar com um amigo, o Mikel, que apenas lhe respondeu: “Pensa num sonho que tenhas, um bem grande e bom, agora eu digo-te que ele se vai realizar amanhã. Como ficas?” Joseph percebeu que era normal estar assim, mas não queria, sentia-se ridículo.
Enquanto todos estes pensamentos e sentimentos corriam dentro do seu sangue, Joseph tinha aulas. Numa aula, o seu professor Atos (nome estranho devido a ser de outro reino), ensinava-lhe teorias de outros indivíduos que se diziam ser “Filósofos”. Um dia diz-lhe uma coisa que nunca mais lhe saia da cabeça: “A beleza não está no geral, mas sim nos pormenores.” Joseph na altura não percebeu bem a frase, mas iria perceber em breve.
O dia tão aguardado chegou, Joseph levantou-se cedíssimo, preparou-se, despediu-se, montou o seu cavalo e foi ter com Maria. Como era de prever (por ele ser rapaz, e ela rapariga), teve que esperar que ela chegasse. Quando ela surgiu era apenas uma rapariga, quando se aproximou um pouco era um anjo, quando chegou perto dele era uma deusa que caminha a terra com tal suavidade, que mais parecia que não lhe tocava. Foi a primeira vez que reparou em todos os pormenores: no cabelo que não é todo loiro, mas sim uma junção de loiros com castanhos-claros e com castanhos-escuros, num pequeno sinal muito querido que ela tinha na cara, no sorriso lindo que lhe iluminava a alma inteira, nos olhos escuros e profundos, na sua pele branca e nos seus pequenos pezinhos. Tudo isto deixou o apaixonado Joseph nas nuvens, simplesmente feliz.
A viagem foi muito longa, mas podia ter durado para sempre que Joseph não se teria importado, bastava-lhe poder vê-la, não olhar para ela, porque olhar todos fazem, mas vê-la é algo que só alguns conseguem, e ele conseguia. Quando chegaram e começaram o passeio, ocorreu á cabeça de Joseph que um dia se lembraria daquele momento e saberia que foi ali que o crescimento da sua paixão começou. Podia contar-vos tudo o que aconteceu, mas isso fica para o Joseph e Maria, vou só contar o momento mais importante: Estavam a passear perto de um lago quando ele se afastou dela, parou e de longe viu que ela o deixava aparvalhado, tonto, ridículo, mas acima de tudo apaixonado. E foi neste momento que ele se apercebeu que estava realmente apaixonado por ela. Falta só ela aperceber-se.

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